Receitas do Nunes para Totós

quinta-feira, 8 de março de 2018

Quem não sonha com uma vida no campo? #1

Eu. 
Nunca sonhei, porque sempre morei cá. E como todas as pessoas que moram na cidade sonham em um dia ter uma casa no campo, eu morando no campo quis sempre ir para a cidade. Quase sempre, porque ainda me fiz difícil para ir morar para Lisboa.

Cedi. Fui e amei. E amo. E amo sempre que vou à capital. Repenso a minha vida e lembro-me que com os preços que se praticam agora no mercado imobiliário, voltar para a cidade é impraticável. Vou lá quase todas as semanas, mas não é a mesma coisa.

No outro dia perguntei na página do facebook (Sarcasmo do Nunes) sobre que coisas queriam que eu escrevesse, desabafasse...e uma seguidora (Rossana Rodrigues) sugeriu que falasse sobre esta mudança: sair da cidade e voltar para o campo (Porto Côvo). Que mudança é esta? É radical, principalmente quando não se está farto da cidade.

Lisboa é bonita. Porto Côvo é bonito, mas não há comparação possível. Se vocês são do tipo de pessoa que pensa em um dia morar em Porto Côvo, aconselho-vos a fazer essa mudança em Novembro, para em Dezembro já estarem totalmente arrependidos. 
E é bom que vos tenha saído o Euromilhões, porque ao preço que as casas estão quase não notam a diferença do mercado imobiliário de Lisboa - nisso sim, há muita parecença.


Isto vai sempre soar a alguém recalcado por não estar em Lisboa, mas não é verdade, porque há razões muito agradáveis para cá estar. No entanto:

- As pessoas: prefiro de uma maneira geral, estar em Lisboa, porque "nobody cares". E ao contrário de muitas pessoas, para mim isso é óptimo. Não dizer bom dia aos vizinhos para mim é espantoso. Não quer dizer que não fique a falar nas costas, mas como o meio é maior, não se fica a saber. 
Por outro lado, nos meios pequenos toda a gente controla tudo. O que existe, o que não existe e o inventado. Com a diferença que se fica a saber tudo. isto é, se falam de ti, vais ficar a saber a bem ou a mal.
Tens duas opções: ou te fazes de morto e tentas ignorar ou te fazes de morto. Sim, porque reagir só faz com que a pessoa enlouqueça e queira bater nas pessoas e isso ainda é ilegal. Com muita pena.

Isto é claramente agravado quando vem de pessoas mais novas e não das mais velhas.
(obviamente não aplicado a todas as pessoas)

- vida social e cultural: inexistente na aldeia
- pessoas diferentes: inexistente na aldeia
- culturas diferentes: inexistente na aldeia
- receptividade a coisas novas: inexistente na aldeia
- pessoas jovens: inexistentes na aldeia
- iniciativas para manter os poucos jovens na aldeia: inexistente.

- praias maravilhosas: existente na aldeia e pronto.

Isto tem pano para mangas, falar sobre estas diferenças, pontos fortes e fracos de cada um dos lados. Hoje fico por aqui, mas avanço já ali num rascunho a continuação disto para um futuro post. Deixo aqui duas fotos do que eu gosto de fazer em Lisboa: fotografá-la. E outra minha a ter vida social-hipster-instagrammer (sou_o_nunes).










Juro que logo, logo acabo este texto. Entretanto podem ir chutando mais tópicos! 

Bêjos nas ventas,
Nunes.



2 comentários:

  1. A vida na aldeia nem sempre é fácil. Esse controlo de que falas é horrível, toda a gente sabe, toda a gente vê, e o pior é quanto toda a gente inventa. E pouca gente evolui. Eu sou da aldeia e vim estudar e viver para a cidade mas não me vejo a continuar aqui. Nunca vivi em Lisboa, acho a cidade linda e cheia de vida, mas cada vez que lá vou penso "eu não conseguiria viver aqui". Para mim o ideal será uma cidade perto da aldeia, onde tenha um meio termo de estar perto de "casa" e perto da capital (e onde não tenha de ganhar o Euromilhões para ter uma casa).

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  2. O segredo será sair da aldeia e viver numa ilha Maior que a aldeia ;)
    Nem sempre foi fácil, mas hoje acho que tenho o melhor de "dois mundos" diferentes. A minha (nossa) aldeia estará sempre lá, e a ilha não é assim tão pequena.
    E ainda na ilha:
    - vida social e cultural: existente
    - pessoas diferentes: existente
    - culturas diferentes: existente
    - receptividade a coisas novas: existente
    - pessoas jovens: existentes
    - iniciativas para manter jovens na ilha: existentes

    - praias maravilhosas: existentes. Na ilha e na aldeia e pronto.

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